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INDÚSTRIA REGIONAL DE CAMPINAS APRESENTA O PIOR DESEMPENHO DOS ÚLTIMOS 13 ANOS

24 de fevereiro de 2016.
A indústria regional
de Campinas enfrenta a sua pior crise nos últimos 13 anos em decorrência da
crise econômica que atinge o Brasil. Desde 2013 tem sido registrados índices
expressivos de redução de postos de trabalho. Em 2013 foram 6.450 demissões. Em
2014 foram eliminados 3.150 postos de trabalho e em 2015 foram 9.400 demissões.
Este foi o pior resultado da série histórica, quando os índices passaram a ser
divulgados pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) regional
Campinas a partir de 2003.
O mês de janeiro
normalmente é marcado por contratações no segmento industrial. Em janeiro desse
ano foram 750 contratações. Este é o segundo pior resultado dos últimos 13
anos. O pior índice de contratações foi em janeiro de 2013 quando foram abertos
650 postos de trabalho. Em janeiro de 2014 foram 1.500 contratações e em
janeiro do ano passado 1.850 vagas.
A pesquisa de
sondagem industrial divulgada pelo Ciesp Campinas em parceria com Centro de
pesquisas Econômicas da Facamp (Faculdades de Campinas) mostra que diante da
grave situação de recessão enfrentada no país, a maioria das empresas não
pretende investir nos próximos meses. Segundo o levantamento, em janeiro de
2016, 3,2% dos respondentes disseram que irão ampliar o número de máquinas,
9,7% irão atualizar o maquinário existente, 83,9% não irão investir e 3,2% irão
reduzir o nível de produção.  Os índices
apontam que a economia da região está longe de um processo de retomada do
crescimento e, ao contrário, enfrenta um momento de retração de investimentos.
O diretor titular do
Ciesp Campinas, José Nunes Filho, não vê qualquer perspectiva de melhora em
2016. “Pelo grau de oferta de empregados que tem hoje e pouca procura, o valor
do emprego caiu, então a renda média do brasileiro caiu brutalmente. Isso
incide diretamente na demanda, pois você tem uma demanda menor de produtos. O
comércio vende menos e desemprega, consequentemente compra menos da indústria,
que produz menos e desemprega também. Com isso ficamos num círculo vicioso a
continuar isso tudo, 2016   vai ser pior que 2015. Para quem acha que o
poço tem fundo, o poço não tem fundo”, afirmou.
Na avaliação de José
Nunes Filho os setores que foram beneficiados por isenções tributárias pontuais
e que recebiam créditos pontuais estão sentindo fortemente a crise, pois esses
benefícios foram retirados. “Criaram uma sensação de consumo irreal e que hoje
estão enfrentando a crise, como a indústria automobilística, que está sofrendo
muito. O setor de linha branca também está sofrendo muito. Nesta semana tivemos
a triste notícia da Mabe que demitiu 2 mil funcionários  e pediu falência. Essa é a situação da
política econômica equivocada para criar um efeito instantâneo de fogo de
artifício e não trabalhar a base caracterizando uma incapacidade de gestão do
governo brasileiro”, diz.
No dia 12 de
fevereiro a empresa Mabe, Multinacional mexicana que fabrica fogões e
geladeiras das marcas Mabe, Dako e Continental, decretou falência. Vários
funcionários das unidades de Campinas e Hortolândia (SP)  foram demitidos e não receberam salários nem
direitos trabalhistas. Na semana passada eles ocuparam o interior das duas
unidades na região de Campinas.
Foto 1 – Diretor Titular do Ciesp Campinas, José Nunes Filho, em entrevista coletiva aos jornalistas.
Foto 2 – Jornalistas acompanham os resultados divulgados pela direção do Ciesp Campinas.
Crédito: Roncon & Graça Comunicações.

Milton Paes

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