LIDERANÇA DO BRASIL EM BIOCOMBUSTÍVEIS É RECONHECIDA EM EVENTO INTERNACIONAL DO SETOR

LIDERANÇA DO BRASIL EM BIOCOMBUSTÍVEIS É RECONHECIDA EM EVENTO INTERNACIONAL DO SETOR

O momento especial em que vive o Brasil e a sua posição internacional, como protagonista na defesa dos biocombustíveis em sua presidência do G20 este ano, deu a tônica da abertura da BBEST – IEA Bioenergy Conference. A liderança brasileira nas discussões multilaterais voltadas à transição energética foi elogiada por vários painelistas. O evento, que teve início na quarta-feira (23/10) e terminou nesta quinta-feira (24/10), reuniu especialistas de dezenas de países. “A trajetória dos últimos dois anos com o lançamento da Aliança Global para os Biocombustíveis, o Brasil na presidência do G20 trazendo os biocombustíveis à agenda da transição energética, a Agenda Brasil + Sustentável e a recente sanção da lei do Combustível do Futuro, que trará um boom de investimentos no mercado de biocombustíveis no País, são exemplos da importância desse momento”, enumerou Marlon Arraes Jardim Leal, diretor do departamento de Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia.

Para André Correa do Lago, embaixador e secretário do Ministério das Relações Exteriores para o Clima, Energia e Meio Ambiente, o Brasil se encontra em uma boa posição internacionalmente. “É possível ao Brasil ter biocombustíveis sustentáveis, entre os quais SAF (Sustainable Aviation Fuel) e os voltados à navegação”. Contudo, frisa, o desenvolvimento do setor em todo o mundo é urgente. “As mudanças climáticas estão em curso e temos que usar as tecnologias de biocombustíveis já disponíveis e desenvolvidas”, disse. “Mas em favor dos países em desenvolvimento”, acrescentou. Para ele, é fundamental que os países do G20 tenham em mente que as economias de baixo carbono devem ter processos inclusivos, levando-se em conta as dimensões sociais nessas discussões.

Lais de Souza Garcia, chefe da Divisão de Energia Renovável do Ministério das Relações Exteriores, concordou com o embaixador. “A bioenergia é um caminho possível e pode ser uma boa solução para países em desenvolvimento”, pontuou. Segundo ela, isso é possível porque biocombustíveis trazem muito mais do que apenas a redução dos gases de efeito estufa: permitem um desenvolvimento sustentável maior, com suas dimensões sociais e econômicas.

De acordo com a diplomata, um ponto importante defendido pelo Brasil internacionalmente é, ainda, a construção de um consenso na contabilidade de carbono, com critérios consistentes e comuns nos vários países. “Eles devem ser definidos com base na ciência. E vamos continuar participando dessa discussão em novembro do ano que vem, na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), em Belém no ano que vem”, informou.

Glaucia Mendes Souza, co-chair do BBEST – IEA Bioenergy Conference questionou sobre o futuro do processo da bioenergia. “Queremos nos perguntar aqui como a bioenergia conseguirá acelerar um futuro sustentável”, afirmou.

Para Dina Bacovsky, do Bioenergy and Sustainable Technologies (BEST), na Áustria, co-chair da Conferência e chair do Programa de Colaboração Tecnológica do IEA Bioenergy, avaliou que se as mudanças climáticas lhe pareciam muito distantes por ocasião da Rio 92, algo que seus filhos ou talvez seus netos fossem enfrentar, a questão hoje é urgente e precisa ser enfrentada rapidamente.

O IEA Bioenergia é um programa de colaboração tecnológica da Agência Internacional de Energia dedicado a aumentar o alcance da bioenergia, desempenhando um papel importante na segurança energética e no uso sustentável da energia. Estabelece uma rede colaborativa entre países com programas nacionais centrados na investigação e utilização de bioenergia. Já o Task 39 (ou grupo de trabalho 39), uma das suas onze forças-tarefa, é responsável por examinar o potencial dos biocombustíveis como meio de descarbonizar o setor de transportes, o que é especialmente importante considerando que o setor responde hoje por parte significativa das emissões globais.

Foto 1 – Co-chairs da BBEST IEA Bioenergy 2024 – Heitor Cantarella (IAC), Glaucia Mendes de Souza (Fapesp)  e Dina Bacovsky (IEA, na Áustria).

Foto 2 – Marlon Arraes – diretor do Depto de Biocombustiveis do Ministério das Minas e Energia.

Foto 3 – Laís de Souza Garcia – chefe da Divisão de Energia Renovável do Ministério das Relações Exteriores.

Crédito: Divulgação.

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